quarta-feira, 30 de maio de 2007

Não pare de estudar e de se aprimorar!

No meio dessa discussão sobre o mercado de trabalho de relações públicas, recebemos a visita da Adriana Panzini, da Fundamento Comunicação Empresarial. Respondendo a uma mensagem anterior minha em que eu falava da realidade de mercado "diferente" entre a agência em que ela trabalha e o nosso, dos não ligados a uma agência, ela contribuiu com um relato pessoal da experiência que tem na área.

Mais uma vez pedi permissão para replicar aqui no blog, e, já que foi autorizado, segue o depoimento da Adriana, que, aliás, merece muita atenção tanto dos estudantes quanto do profissionais formados!

Na verdade, como o mercado é um só e somos parte dele, nossa realidade não está exatamente distante assim. Constatamos a falta de profissionais preparados na área de comunicação em diversas empresas, o que também acaba por nos penalizar, e, de outra mão, sofremos também com a falta de mão-de-obra qualificada quando precisamos de um profissional mais experiente. É um círculo nada virtuoso: como o profissional não tem oportunidade, muitas vezes não se desenvolve e não consegue o acesso às melhores posições.

Agora, jogando um pouquinho mais de tempero no debate, tenho a percepção também de um certo desinteresse generalizado dos alunos em buscar aperfeiçoamento, procurar saber mais sobre o mercado, acompanhar tendências, enfim, sair um pouco da casca da universidade e procurar se expandir. Mesmo em relação a conhecimentos gerais, cultura, política, um profissional que pretende atuar em RP não pode prescindir disso. Sempre que temos um processo seletivo por aqui, posso dizer que esta falta de conhecimento nos surpreende, e às vezes temos dificuldade em fechar as vagas. Mas este é um assunto que vai longe! :-)

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Bom... Já vimos três pontos de vistas diferentes. Um à esquerda, outro à direita, e um terceiro no meio termo.
Agora, gostaria de fazer algumas observações baseada na minha experiência como profissional e professora.
O que se pode notar é que:

  1. Em qualquer site e agência de recursos humanos há vagas em grande quantidade para estudantes de relações públicas. É mais do que comum que essas vagas sejam para operadores de telemarketing, promotores e divulgadores de produtos, e vendedores em geral.
  2. Muitas empresas contratam "estagiários de comunicação" ou "estagiários de relações públicas", com carga horária nominal de 8 horas (mas que pode ser até de 12 horas), para pesquisar, planejar, executar, controlar e avaliar projetos, programas e planos de comunicação social, como se já tivessem o conhecimento e experiência de um profissional formado, porém geralmente ligados à área de Marketing, Recursos Humanos ou Comercial. Nessas áreas, de maneira geral, o gerente ou responsável é de outra área, como Administração, Psicologia, Serviço Social, ou mesmo Engenharia, Arquitetura ou outras. Ou seja, não têm a formação nem o conhecimento necessário para dar suporte e orientação aos estagiários.
  3. Em situação oposta estão as empresas que se autodenominam “Assessorias de Imprensa” e contratam estagiários para bombardearem releases a torto e a direito para os mais diversos veículos de comunicação e depois ficarem pendurados horas a fio nos telefones fazendo follow up, também sem a mínima orientação e acompanhamento, e ainda reclamam quando alguma coisa sai errado... Sei de uma dessas assessorias de imprensa que, inclusive, não tem funcionários. Só a dona. E contrata estagiários para fazer todo o serviço profissional, trata-os mal, aos gritos e chiliques, não paga a remuneração,depois chama de incompetentes, manda embora e contrata novos estagiários.
  4. Quando o estudante conclui a graduação, tem o contrato de estágio rescindido – que é o correto–, e raramente é integrado ao quadro profissional da empresa. A empresa abre vagas para novos estagiários, nas mesmas condições de falta de acompanhamento e orientação citadas anteriormente.
  5. A partir daí, o recém-formado descobre que não tem colocação na maior parte das empresas como funcionário regular, porque elas geralmente têm estagiários nas funções que deveriam ser de profissionais.
  6. A maioria dos alunos e egressos não é da classe A brasileira. Ou seja, o próprio estágio é fonte de recursos financeiros para ajudar a pagar a mensalidade do curso superior, material de estudo, transporte, alimentação e vestuário. Portanto, esses alunos também não contam com economias ou aporte financeiro da família que lhes favoreça serem empreendedores, abrindo a própria agência de RP ou consultoria.
  7. O Brasil tem um grande número de micro, pequenas e médias empresas nacionais que ainda não gerem a sua comunicação, e entendem como essencial apenas a publicidade para divulgar e vender seus produtos e serviços ou uma ou outra pequena ação pontual, não-estratégica. Isso significa que existe um grande potencial de trabalho ainda inexplorado para os Relações Públicas.
  8. Entretanto, para que essas portas sejam abertas, há a necessidades de que esses potenciais clientes sejam esclarecidos, informados, educados em relação às relações públicas e à comunicação empresarial. Esse é um dos principais objetivos deste blog e, futuramente, do site Pró-RP.

Costumo aconselhar meus muitos alunos e alunos a não se desesperarem e não buscarem apenas posições de trabalho com a denominação “relações públicas”. O importante é entrar numa organização pela porta da frente, seja como auxiliar administrativo ou mesmo como bancário. Com o tempo, em função da visão estratégica, à habilidade de planejamento, controle e avaliação de resultados, ao ponto de vista crítico que o curso de relações públicas proporcionou ao aluno, o novo profissional acabará se destacando na empresa e ascendendo novos postos até, quem sabe um dia, chegar à área de comunicação da empresa ou mesmo criá-la.

Pode parecer difícil, quase impossível, mas não é. Conheço casos e eu mesma já passei por isso. E, enquanto não se chega lá, dá para ir guardando um dinheirinho, fazendo um pé-de-meia para, mais tarde, fazer os cursos de pós-graduação necessários e até abrir a própria agência ou consultoria de comunicação empresarial.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Reflexões de um (outro) RP recém-formado

Pois bem!

Uma coisa puxa a outra, e segue agora o depoimento de outro relações públicas recém-formado, com a autorização do autor para publicação aqui no Pró-RP.

Não falo Inglês e arranho um "espanholzinho" bem safado.
Acabei de me formar em RP no final do ano passado (dezembro de 2006). Devo
confessar que tenho sido obrigado a dispensar muitos trabalhos que têm surgido
especificamente na área de RP, mesmo indicando colegas para alguns, fazendo
parcerias para outros, não tenho conseguido dar conta da demanda. Mas há algo
que devo chamar atenção.


Não estou falando de emprego de relações públicas, mas de trabalho em
relações públicas. Não estou falando de uma salinha com uma plaquinha na porta
escrito "Marcello Chamusca - Relações Públicas", mas de planejamento e execução de ações de relações públicas, trazendo resultados reais para as organizações que nos contrata. O mercado de RP não está em franca expansão. Ele é simplesmente o maior mercado existente entre todas as áreas de formação. Não há uma empresa sequer, desde a menor até a multinacional que sobreviva sem relações públicas, como já nos alertava o mestre Simões. Agora, nem sempre tem um profissional de RP à frente deste trabalho, pois preferimos o "choramingo" à postura pró-ativa.
Fui contratado esta semana para desenvolver um trabalho, através de uma indústria farmacêutica, para 5 clínicas de Salvador e descobri através do representante desta empresa que, só do seu relacionamento, existem 158 clínicas na cidade que não possuem assessoria de comunicação.

Isso é um filão absurdo, não há nenhuma área com tanto espaço a ser preenchido quanto a nossa, mas infelizmente preferimos tapar os nossos olhos e choramingar... E haja choramingo!!!!!!! Proponho que saiamos deste circulo
vicioso negativo de charamingar, procurar um empreguinho com carteira assinada para ganhar mil reais por mês, não encontrar, voltar para casa e choramingar mais, ... no dia seguinte sair para procurar mais um pouquinho por um empreguinho para ganhar mil reais por mês, não encontrar novamente e voltar para casa para choramingar mais um pouquinho... Ninguém agüenta mais isso!!!!! Vamos quebrar este círculo! Deixemos para trás o complexo de inferioridade e passemos a conquistar os nossos espaços no mercado. Eles estão lá esperando por nós, só não encontra quem não procura ou prefere ficar
choramingando!!!!!


A discussão está aberta! Manifeste-se!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Desabafo de uma recém-formada em RP

Pessoal:

Quem me conhece sabe muito bem que não sou de dourar a pílula e que muitas vezes choco os alunos com as informações que repasso. Hoje recebi um e-mail de alguém que se formou no ano passado e que está decepcionada com a realidade do mercado para profissionais de Relações Públicas. Pedi autorização para publicar aqui a mensagem que me foi enviada, com algumas pequenas edições que impedem que ela seja identificada. Ela autorizou e reproduzo abaixo a mensagem.

Imagino que muitos - tanto recém-formados, quanto estudantes e profissionais mais antigos -, sentirão um profunda empatia.

O que você pensa sobre isso?

Olá, prof. Ana, tudo bem?

Bom... eu me formei no final do ano passado, me inscrevi em vários programas de trainee, falo inglês e espanhol e até agora não tive retorno de nenhum emprego que tenho me candidatado.

Eu acho que é importante abordar a verdade sobre o mercado de trabalho de Relações Públicas. Por que não está fácil conseguir emprego na nossa profissão.

Eu estou trabalhando na NNNN, mas como analista financeiro, só entrei aqui por que eu falo inglês e espanhol e já estou de saída, por se tratar de uma vaga temporária, ou seja, estou praticamente desempregada e até hoje não recebi sequer uma proposta de trabalho para RP, a não ser estágio, que já não é mais o meu caso.

Estou decepcionada com a situação em que nos encontramos, ou no caso, em que eu me encontro e, assim como eu, há muitos alunos recém formados com a mesma dificuldade. O que me deixa mais triste é que a faculdade diz que nosso mercado esta em ascensão. Só se estiver em passos de tartaruga.

Se você procurar por vaga para Relações Públicas no site Catho, vai encontrar, no País inteiro, 8 vagas. No Estado de SP 6. Isso para recém formado.

Para profissional são 33 vagas que abrangem o País inteiro. É muito pouco, na minha opinião nossa profissão não está em ascensão e está muito longe de ser o que a faculdade prega.

Eu acho que devemos passar a realidade do mercado de trabalho, por que assim como eu sonhava com um bom emprego e hoje vejo que as coisas são bem diferentes do que se fala na faculdade, há muitos outros que também ficarão decepcionados.

Pretendo fazer uma pós-graduação em Administração, com ênfase em finanças para ter mais conhecimento e abrir a porta para o mercado de trabalho, se eu for depender da minha graduação em RP, vou ficar desempregada durante muito tempo, ou trabalhar em telemarketing, lojas de roupas, etc. Acho que eu não estudei pra isso.

terça-feira, 22 de maio de 2007

10º Congresso Brasileiro de comunicação Corporativa

O 10º Congresso Brasileiro de comunicação Corporativa aconteceu nos dias 15, 17 e 18 de maio, no Centro de Convenções Rebouças.

Foi fantástico e já conversei com um dos organizadores sobre a importância de estendermos a possibilidade de participação aos alunos de graduação, com descontos para estudantes.

O grande recado do congresso, é a necessidade imperiosa de darmos atenção às novas mídias como facilitadores da promoção ou destruição da reputação organizacional, e, por conseqüência, a importância de se realizar um monitoramento das informações veiculadas sobre nossas empresas em sites, comunidades virtuais e blogs, dando-lhes a devida atenção e utilizando os mesmos instrumentos para responder ao público.

Outro tema que está na crista da onda é a Administração ou Gerenciamento de Crise. Talvez impulsionado pelo recente caso de sucesso da Gol, quando houve o acidente do vôo 1907.

Assim que for possível, vou tentar fazer um "resumão" dos principais pontos abordados no congresso e trazer para vocês.

domingo, 20 de maio de 2007

O primeiro dia do Pró-RP

A página do Pró-RP ainda está sendo planejada. Mas o blog é mais rápido!
  • A página terá a função de reunir informações variadas sobre Relações Públicas, para divulgar e promover a atividade e a profissão.
  • O blog tem o objetivo de criar maior interação entre alunos e profissionais de Relações Públicas.

Inicialmente, vou deixar o espaço das postagens livres, sem moderação. Espero que nunca haja a necessidade de moderação, o que somente será adotado se for necessário evitar conflitos de maiores proporções entre os usuários.

Enquanto isso, parto do princípio de que todos temos bom senso e saberemos respeitar os princípios básicos de moral e ética do nosso meio social.