sábado, 14 de junho de 2008

Cultura local determina formas diferentes de atuação do gestor

Quando falamos em cultura organizacional, é fundamental lembrar que em tempos de globalização, a cultura local, regional ou nacional pode ser influência definitiva na forma de condução dos negócios. Imagine o cuidado que o gestor de comunicação corporativa deve ter ao planejar a comunicação estratégica de uma organização que tem filiais em diferentes regiões ou países!
Leia a matéria publicada na revista Você S/A de maio de 2008 e pense a respeito.
Se quiser, comente aqui seus questionamentos ou conclusões.
Boa leitura!

Estilo flexível
Para ter sucesso como executivo global, é preciso adaptar o estilo gerencial aos padrões locais Por FERNANDA BOTTONI


Quer seguir carreira no exterior? Então saiba que seu principal desafio será se adaptar a uma nova cultura. Essa questão, que já era debatida nas multinacionais,virou preocupação também entre as mais de cem empresas brasileiras em processo de internacionalização. A fabricante de carrocerias Marcopolo, por exemplo, que tem fábricas em quatro continentes, incluiu disciplinas sobre diversidade, espiritualidade e diferenças culturais no MBA que oferece aos executivos que serão expatriados.

Uma boa forma de começar essa preparação é saber que gestores em diferentes partes do mundo se comportam de maneira diferente diante de uma situação idêntica. A Thomas International, consultoria inglesa especializada em análise de perfis profissionais, que há anos coleciona características de executivos, simulou como reagiriam a um problema fictício, formulado por você s/a, profissionais de quatro países, além do Brasil. Conhecer as diferenças culturais permite saber como adaptar o seu estilo gerencial para dançar de acordo com a música, diz Edson Rodrigues, vice-presidente da Thomas International Brasil. Veja o resultado desse exercício e prepare a máscara corporativa que você vai levar na bagagem.

O PROBLEMA
Você trabalha numa empresa nacional em fase de internacionalização. A companhia decide concentrar todos os investimentos na expansão em um determinado mercado. A maioria de seus projetos é cancelada, inclusive aqueles que você propôs. Agora, você tem de reduzir custos e cortar pessoas importantes de sua equipe.



Você reagiria assim se fosse um executivo...
1- ... indiano: Um executivo indiano tentaria manter seus funcionários e utilizá-los em outras áreas, talvez até criando condições para que eles participassem da tal expansão, mesmo se não tivessem o perfil mais adequado para isso. O gerente indiano tem como características a estabilidade e o cuidado no trato com pessoas. Para trabalhar com os indianos, o ideal é evitar conflitos.


2- ... alemão: O alemão levaria mais tempo para demitir as pessoas. “Isso não quer dizer que ele seja mais emocional que os outros. Seu objetivo é fazer tudo como mandam as leis e os regulamentos”, diz Edson. A preocupação com a qualidade é a grande marca dos executivos nascidos na Alemanha. A dica para conquistá-los é buscar ser tão perfeccionista quanto eles no cumprimento de tarefas.
3- ... americano: Diante de um problema como esse, o americano demite pessoas e reorganiza os planos sem pestanejar. Trata-se de um profissional totalmente focado em resultados. Nessa cultura, quem quer obter sucesso precisa ter pulso. E, se realmente não houver saída, deve seguir a nova diretriz à risca. “O profissional
deve estar alinhado aos objetivos da empresa”, diz Edson.


4- ... inglês: Um executivo britânico tentaria buscar uma solução para evitar o corte de pessoas, ou pelo menos de algumas delas. “Eles usam a influência para obter o que desejam e enxergam mais o lado humano”, diz Edson. Para os britânicos, o resultado ainda aparece em primeiro plano, antes das pessoas, mas comunicação e persuasão também compõem seu perfil gerencial.


5- ... brasileiro: E o executivo brasileiro, o que faria? Segundo a Thomas, o perfil gerencial brasileiro é um meio-termo entre o americano e o britânico. Ele pode até ser menos rígido do que o americano em relação às demissões, mas não fica atrás quando o quesito é foco em resultados. Dos britânicos, os brasileiros tomam emprestado o uso da persuasão e da comunicação.

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