quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Tripé da Sustentabilidade

Eis uma explicação clara, em linguagem acessível, sobre os princípios da sustentabilidade.

Aqueles que já foram meus alunos, observem a conexão com tudo o que já falamos nas diversas disciplinas que tivemos juntos: Cultura Organizacional, Comunicação Corporativa, Gestão Estratégica de Relações Públicas, entre outras.

Ganha um doce e um beijo quem fizer as melhores análises!





"A imagem do tripé é perfeita para entender a sustentabilidade. No tripé estão contidos os aspectos econômicos, ambientais e sociais, que devem interargir, de forma holística, para satisfazer o conceito.


Pelo parâmetro anterior, uma empresa era sustentável se tivesse economicamente saudável, ou seja, tivesse um bom patrimônio e um lucro sempre crescente, mesmo que houvesse dívidas. Para um país, o conceito incluía um viés social. Afinal, o desenvolvimento teria que incluir uma repartição da riqueza gerada pelo crescimento econômico, seja por meio de mais empregos criados, seja por mais serviços sociais para a população em geral. Esse critério, na maioria das vezes, é medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) do país, o que para o novo conceito é uma medição limitada.


A perna ecológica do tripé trouxe, então, um problema e uma constatação. Se os empresários e os governantes não cuidassem do aspecto ambiental podiam ficar em maus lençóis sem matéria-prima e talvez, sem consumidor, além do fantasma de contibuir para a destruição do planeta Terra. Assim, o triple bottom line ficou também conhecido como os 3 Ps (People, Planet and Proift, ou, em português, PPL - Pessoas, Planeta e Lucro).

Vamos então detalhar o que significa cada um desses aspectos, levando em conta a administração de uma empresa, de uma cidade, estado ou país. É importante verificar que esses conceitos podem ser aplicados tanto de maneira macro, para um país ou próprio planeta, como micro, sua casa ou uma pequena vila agrária. Vamos aos 3 Ps.


People – Refere-se ao tratamento do capital humano de uma empresa ou sociedade. Além de salários justos e estar adequado à legislação trabalhista, é preciso pensar em outros aspectos como o bem estar dos seus funcionários, propiciando, por exemplo, um ambiente de trabalho agradável, pensando na saúde do trabalhador e da sua família. Além disso, é imprescindível ver como a atividade econômica afeta as comunidades ao redor. Não adianta, por exemplo, uma mineradora pagar bem seus funcionários, se ela não presta nenhuma assistência para as pessoas que são afetadas indiretamente com a exploração como uma comunidade indígena que é vizinha do empreendimento e que é afetada social, economica e culturalmente pela presença do empreendimento. Nesse item, está contido também problemas gerais da sociedade como educação, violência e até o lazer.


Planet – Refere-se ao capital natural de uma empresa ou sociedade. É a perna ambiental do tripé. Aqui assim como nos outros itens, é importante pensar no pequeno, médio e longo prazo. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem impacto ambiental negativo. Nesse aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas formas de amenizar esses impactos e compensar o que não é possível amenizar. Assim uma empresa que usa determinada matéria-prima deve planejar formas de repor os recursos ou, se não é possível, diminuir o máximo possível o uso desse material, assim como saber medir a pegada de carbono do seu processo produtivo, que, em outras palavras, quer dizer a quantidade de CO2 emitido pelas suas ações. Além disso, obviamente, deve ser levado em conta a adequação à legislação ambiental e a vários princípios discutidos atualmente como o Protocolo de Kyoto. Para uma determinada região geográfica, o conceito é o mesmo e pode ser adequado, por exemplo, com um sério zoneamento econômico da região.


Profit – Trata-se do lucro. Não é muito difícil entender o que é o conceito. É resultado econômico positivo de uma empresa. Quando se leva em conta o triple botton line, essa perna do tripé deve levar em conta os outros dois aspectos. Ou seja, não adianta lucrar devastando, por exemplo.


Para segurar o tripé
Além dos aspectos listados nos três Ps, o desenvolvimento sustentável deve ser pensando por meio de outros aspectos, digamos, mais subjetivos. Trata-se das questões políticas e culturais. Eles são importantes para qualquer tipo de análise do tripé já que leva em conta a premissa de que tudo está interligado.


Os aspectos políticos têm a ver com a coerência entre o que é esperado do desenvolvimento sustentável e a prática adotada através das políticas adotadas seja por uma empresa ou por uma determinada sociedade. Assim, não dá para falar em adotar o tripé se a empresa, por exemplo, adota uma política inflexível de negociação com os funcionários ou não acompanha a legislação ambiental condizente.


Os aspectos culturais devem ser levadas em conta o tempo todo. Quando a empresa está inserida em uma determinada sociedade, ela deve saber as limitações e vantagens culturais da sociedade que a envolve. O exemplo mais gritante é o da empresa que não se relaciona harmoniosamente com a comunidade ao redor de sua área. Se ao lado de uma planta industrial existe uma favela, por exemplo, por que não absorver seus moradores na fábrica, ao invés de aumentar investimentos em segurança particular? Além disso, a cultura de determinada localidade pode ser útil para entender melhor a dinâmica da biodiversidade local, por exemplo."


Fontes:
How Stuff Works - Como tudo fuciona? - http://ambiente.hsw.uol.com.br/desenvolvimento-sustentavel2.htm
Blog Semana do Meio Ambiente 2008 - http://semanademeioambiente.blogspot.com/2008/03/triple-bottom-line-ou-trip-da.html

3 comentários:

  1. O termo Sustentabilidade está em alta mas será que as empresas que se dizem realmente sustentável estão aplicando de maneira eficaz o tripé essencial para o sucesso do empreendimento?
    Para que o sustentabilidade seja fetiva se faz necessário a criação de uma cultura organizacional difundida que permita a integração de todos os departamentos de uma empresa, no intuito de atender as necessidades dos stekholders da organização, tendo uma visão holística de mercado assim como uma visão ambiental e da comunidade na qual a instituição esta inserida a preservar o ambiente para os anseios das futuras gerações.

    Juliano Rogério
    Estudante de Marketing

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  2. Juliano,

    uma cultura não se forma ou transforma de um dia para o outro, nem mesmo de um ano para o outro. Trata-se de um processo cuidadoso, de várias fases, que envolve transmissão de conhecimento, sensibilização, capacitação, absorção e práticas. Mas, é necessário que se comece em algum momento e por algum ponto, e acredito que é isso que está acontecendo em grande parte das empresas atualmente.

    A visão holística ou sistêmica é uma capacidade que ainda está em desenvolvimento, visto que a sociedade atual têm atuado fortemente sobre segmentação e fragmentação, o que é um obstáculo a mais a ser superado por todos.

    De qualquer forma, acredito que ainda há esperança e que temos condições de alcançarmos a consciência plena e tomarmos as atitudes necessárias.

    Vamos continuar trabalhando para que isso aconteça, certo?

    Um abraço.

    Ana Manssour

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  3. Muito bom o texto! O tema sustentabilidade não vai sair de pauta nunca.

    Minha sala da faculdade de RP tem um blog coletivo que tb aborda esse tema
    Vale apena conferir alguns textos!

    Blog : http://hiperimagem.org/oqrp/

    Obrigada,
    Mariana

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