domingo, 5 de dezembro de 2010

Os e-readers, a tecnologia e você

Quem me conhece sabe que sou altamente tecnológica, quase sempre vanguardista e até pioneira quando o assunto é equipamentos, softwares e as TICs em geral, bem como sobre a influência de tudo isso no comportamento e nas mudanças culturais na nossa sociedade. Porém, quem me conhece também sabe que sou dada a fazer questionamentos, a não engolir por engolir, a saber o que e como está acontecendo, e a fazer com que as outras pessoas também questionem e não sejam simples fantoches nas mãos do mercado. Intolerante? Talvez...

Mas, então, não estranhem este post. Estou fazendo aquilo que sempre fiz: colocando o dedo na moleira de todos e querendo saber se são apenas marias-vão-com-as-outras ou se são cidadãos conscientes que fazem jus à educação formal e informal que receberam das instituições de ensino e de suas famílias.
Li hoje que a nova versão do e-reader de certa marca famosa tem um catálogo de 630.000 livros. Comentei isso com o meu marido e resolvemos fazer uma continha básica para saber quantos livros uma pessoa “normal” teria que ler por dia para dar conta desse catálogo.
Considerando que uma pessoa tenha uma vida-útil-leitora de certa de 70 anos (alfabetizou-se com 7 anos e seguiu saudável e lúcido até os 77), ela precisaria ler 24,6 livros por dia, sem levar em conta o número da páginas ou de palavras de cada livro, para ler os tais 630 mil livros disponíveis no catálogo.

Agora, pergunto:
- Você, que tem uma educação formal de ensino médio ou superior completos e de qualidade, é uma pessoa culturalmente articulada e bem informada, quantos livros tem tempo e disposição para ler POR MÊS?
Mais perguntas:
- É fácil, agradável e confortável ler em um e-reader quando você está sentado embaixo do guarda-sol, na praia, ou na varanda da sua casa ou sacada do apartamento?
- O carregador do seu e-reader é o mesmo do seu celular, notebook, netbook ou GPS e não é preciso levar MAIS UM na sua bolsa ou mala de viagem?
- Você acha prático, por exemplo, ir viajar e levar um e-reader ALÉM dos seus inseparáveis netbook ou notebook e smartphone, considerando que e-books também podem ser lidos neles?
- Você acha mais sedutor, tátil, aromático e emocionante um e-reader do que um livro tradicional?
- Você precisa de um e-reader com mil livros na memória quando fica numa sala de espera ou um único livro é suficiente?
- Você acha que parece mais atraente, interessante, inteligente e bem-sucedido quando veem você lendo em um e-reader do que em um livro tradicional?
Entendo que os livros em papel têm um grande fator que lhes prejudica a imagem no mercado: o uso de celulose proveniente da derrubada de árvores, e de tinta proveniente de diversas fontes. Num primeiro olhar, os livros são ambientalmente incorretos. A menos que venhamos a descobrir que é feito de papel reciclado, de árvores plantadas especialmente para esse fim, tintas biodegradáveis que não afetam o meio-ambiente, etc.
Por outro lado, não temos conhecimento do impacto ambiental causado por equipamentos já integrados no nosso dia-a-dia, como PCs, notebooks e celulares, assim como os e-readers, ainda entrantes no mercado. Será equivalente, menor ou maior?
Pense nisso e me ajude a formar uma opinião a respeito dos e-readerse!

4 comentários:

  1. Prezada articulista,

    A tecnologia só é válida se bem aplicada. E cada tecnologia tem um fim específico. Quem precisa de um notebook não deve procurar solução num netbook, e-reader ou smart phone, pois não terá suas necessidades atendidas. No entanto, cada uma dessas tecnologias, se bem aplicadas, apresenta avanços e reais benefícios para seus usuários. Acredito que a conectividade seja muito mais importante que a capacidade de armazenamento, nos dias atuais, e estaremos muito mais interessados e praticando a computação nas nuvens.

    Linaldo Feliciano Silva
    Engº Esp(MBA) Telecom

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  2. Caro Linaldo,
    Concordo em parte. Quem precisa de notebook também usa smartphone, por exemplo (meu caso, inclusive), e às vezes também usa netbook, dependendo do tipo de atividade a ser desempenhada.

    Com certeza o cloud computing (que utilizo e considero excelente) minimiza muito a questão de memória RAM para armazenamento, mas ainda há necessidade de um tanto dela para que seja possível rodar alguns sistemas operacionais, softwares e aplicativos "sine qua non" para a operação do equipamento.

    Por outro lado, a falta de convergência e de diálogo entre os diferentes fabricantes desses devices todos (concorrência parceira) dificulta a vida dos consumidores de todos os tipos de produtos e marcas, precisando transportar carregadores, baterias e assemelhados, especialmente quando em viagem ou outros deslocamentos de maior dispêndio de tempo.

    Enfim, estamos aqui acompanhando a evolução tecnológica um pouco além do que simples consumidores, mas também como observadores analíticos e críticos dos processos de P&D e de tentativa-e-erro que deverão proceder à "seleção natural" no mercado, e desta forma dando nossa contribuição. Sabemos que muitos produtos, ao longo da história, tiveram vida curta justamente por se sobreporem a outros sem trazer verdadeiro diferencial.

    Obrigada por seu comentário! É sempre muito bom poder travar um diálogo inteligente!

    Um abraço.

    Ana Manssour
    Relações Públicas
    Mestre em Administração

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  3. O que acho mais interessante nos e-readers é que gosto de ler livros importados, que ou não chegam por aqui ou quando chegam custam um absurdo.
    Quando os compro, geralmente é na Amazon.com, mas o frete mais barato custa 9 dólates e demora mais ou menos um mês pra chegar. Já aconteceu de eu comprar um livro em promoção por $5 e pagar quase o dobro de frete :/

    Com um ebook, não teria esse problema. Compro e na mesma hora recebo ele, sem pagar frete nem nada.

    E a tela de papel eletrônico dos ereaders faz diferença. Para quem está acostumado com o LCD dos smartphones/notebooks não dói tanto, mas dá pra notar que o "papel virtual" é diferente. Inclusive dá pra ler no sol sem problemas, ao contrário da maioria dos LCD. Notebooks com telas quase espelhadas de tão brilhantes então...

    Mas ainda acho ruim ficar dependendo de uma loja. Namoro muito o Kindle, mas ele só aceita os livros da Amazon e quase não tem nada nacional lá. Já os eReader que aceitam os formatos das livrarias nacionais (Saraiva e Cultura), não aceitam nada do Kindle :/
    É uma vantagem do iPad - dá pra instalar o Kindle, o Nook (da Barnes&Noble), a Saraiva... Mas é BEM mais caro e é ruim de ler no sol :@

    Mas acho que logo os eReaders estarão mais disseminados - especialmente no segmento educacional. Aos poucos, eles estão chegando nos US$99. E vai caindo cada vez mais...
    Algum dia poderemos chegar ao ponto de trocar os livros escolares por eReaders - o custo de distribuição dos livros é muito pequeno e acaba saindo mais barato que comprar livros todo ano.
    Sem contar que diminui bastante o peso carregado...

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  4. Câncer!

    Ali está ele!
    Quieto e devorador,
    Escondido em seu D.N.A.
    Destrói, neutraliza
    Aniquila tudo em volta

    Em tudo ele corre:
    Em cada ponto, em cada vírgula,
    Sem reticências.

    Ousa roubar-lhe
    O resquício que lhe resta de vida:
    O vazio, o zero, o nada absoluto!

    Ele se aloja em um repúdio
    Sinônimo de antônimo feliz.
    ... A cada instante a vida se esgota.

    Tu enxergarás na escuridão benigna,
    Porém, ele, em clareza, no Tártaro.
    Sofrerá calado, extirpado,
    Em trevas malignas

    *Agamenon Troyan

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