sexta-feira, 25 de maio de 2007

Bom... Já vimos três pontos de vistas diferentes. Um à esquerda, outro à direita, e um terceiro no meio termo.
Agora, gostaria de fazer algumas observações baseada na minha experiência como profissional e professora.
O que se pode notar é que:

  1. Em qualquer site e agência de recursos humanos há vagas em grande quantidade para estudantes de relações públicas. É mais do que comum que essas vagas sejam para operadores de telemarketing, promotores e divulgadores de produtos, e vendedores em geral.
  2. Muitas empresas contratam "estagiários de comunicação" ou "estagiários de relações públicas", com carga horária nominal de 8 horas (mas que pode ser até de 12 horas), para pesquisar, planejar, executar, controlar e avaliar projetos, programas e planos de comunicação social, como se já tivessem o conhecimento e experiência de um profissional formado, porém geralmente ligados à área de Marketing, Recursos Humanos ou Comercial. Nessas áreas, de maneira geral, o gerente ou responsável é de outra área, como Administração, Psicologia, Serviço Social, ou mesmo Engenharia, Arquitetura ou outras. Ou seja, não têm a formação nem o conhecimento necessário para dar suporte e orientação aos estagiários.
  3. Em situação oposta estão as empresas que se autodenominam “Assessorias de Imprensa” e contratam estagiários para bombardearem releases a torto e a direito para os mais diversos veículos de comunicação e depois ficarem pendurados horas a fio nos telefones fazendo follow up, também sem a mínima orientação e acompanhamento, e ainda reclamam quando alguma coisa sai errado... Sei de uma dessas assessorias de imprensa que, inclusive, não tem funcionários. Só a dona. E contrata estagiários para fazer todo o serviço profissional, trata-os mal, aos gritos e chiliques, não paga a remuneração,depois chama de incompetentes, manda embora e contrata novos estagiários.
  4. Quando o estudante conclui a graduação, tem o contrato de estágio rescindido – que é o correto–, e raramente é integrado ao quadro profissional da empresa. A empresa abre vagas para novos estagiários, nas mesmas condições de falta de acompanhamento e orientação citadas anteriormente.
  5. A partir daí, o recém-formado descobre que não tem colocação na maior parte das empresas como funcionário regular, porque elas geralmente têm estagiários nas funções que deveriam ser de profissionais.
  6. A maioria dos alunos e egressos não é da classe A brasileira. Ou seja, o próprio estágio é fonte de recursos financeiros para ajudar a pagar a mensalidade do curso superior, material de estudo, transporte, alimentação e vestuário. Portanto, esses alunos também não contam com economias ou aporte financeiro da família que lhes favoreça serem empreendedores, abrindo a própria agência de RP ou consultoria.
  7. O Brasil tem um grande número de micro, pequenas e médias empresas nacionais que ainda não gerem a sua comunicação, e entendem como essencial apenas a publicidade para divulgar e vender seus produtos e serviços ou uma ou outra pequena ação pontual, não-estratégica. Isso significa que existe um grande potencial de trabalho ainda inexplorado para os Relações Públicas.
  8. Entretanto, para que essas portas sejam abertas, há a necessidades de que esses potenciais clientes sejam esclarecidos, informados, educados em relação às relações públicas e à comunicação empresarial. Esse é um dos principais objetivos deste blog e, futuramente, do site Pró-RP.

Costumo aconselhar meus muitos alunos e alunos a não se desesperarem e não buscarem apenas posições de trabalho com a denominação “relações públicas”. O importante é entrar numa organização pela porta da frente, seja como auxiliar administrativo ou mesmo como bancário. Com o tempo, em função da visão estratégica, à habilidade de planejamento, controle e avaliação de resultados, ao ponto de vista crítico que o curso de relações públicas proporcionou ao aluno, o novo profissional acabará se destacando na empresa e ascendendo novos postos até, quem sabe um dia, chegar à área de comunicação da empresa ou mesmo criá-la.

Pode parecer difícil, quase impossível, mas não é. Conheço casos e eu mesma já passei por isso. E, enquanto não se chega lá, dá para ir guardando um dinheirinho, fazendo um pé-de-meia para, mais tarde, fazer os cursos de pós-graduação necessários e até abrir a própria agência ou consultoria de comunicação empresarial.

3 comentários:

  1. Anaaa...

    Adorei saber que terei mais um Blog de RP pra visitar e ficar informada sobre os assuntos relacionados a nossa profissão.

    Com certeza serei uma visitante assídua do Pró - RP.

    Parabéns !!!

    Beijooo !!!

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  2. Olá Professora,
    Aqui é a Carolina Alvarez (trabalho da Top Cau) formada em junho/2006.
    Bom, vai fazer um ano que me formei e é muito bom poder contemplar blogs como este que você criou.
    Abraços
    Carol

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  3. Oi, Carolina!

    Que bom que vieste conhecer o Pró-RP!
    Depois me manda um e-mail me atualizando das novidades.

    E, por enquanto, dá uma olhada no post de hoje!

    Um beijo.

    Profa. Ana

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