segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A Dell no "eixo do mal"

Quando se fala em riscos à imagem e reputação, dificilmente passa pela cabeça que uma empresa como a Dell poderia estar na linha de tiro.

Pois, pasme! A Dell está passando por um momento que poderá rapidamente transformar-se em uma crise caso não seja dada a devida atenção à recente denúncia, pela Folha de São Paulo, de que a Dell pediu a assinatura de um comprador a um termo de responsabilidade que impede a venda do computador adquirido a países do chamado "eixo do mal".

A empresa alega que segue uma exigência da lei americana e que, se não cumpri-la, a matriz nos Estados Unidos pode ser punida. Entretanto, oo governo brasileiro vê a questão sob outra ótica, conforme outra notícia veiculada no mesmo jornal. A empresa chama-se Dell do Brasil, é uma empresa brasileira, "que recebe inclusive dinheiro do próprio MCT [Ministério da Ciência e Tecnologia] via Lei de Informática" e, portanto, não deve submeter-se a normas de outro país para a venda de seus produtos.

Não sei qual a sua opinião, mas convido-o a pensar um pouco sobre o assunto. Até que ponto uma empresa que tem suas atividades em território brasileiro tem o direito de nos fazer cumprir exigências da legislação americana, ou de qualquer outro país? Quando se fala em ciência, sabe-se que o conhecimento não tem como avançar se não houver a troca de informações, pesquisas e resultados entre diferentes pesquisadores de diferentes países. Certamente os Estados Unidos também têm parcerias na área científica e tecnológica com diversos outros países, sem falar que sabe-se que por anos a fio vem financiando o desenvolvimento de tecnologia e armamento para guerras de outras nacionalidades, embora "por baixo dos panos".

Da minha parte, vinha até pensando em comprar um computador da Dell para substituir os meus cacos velhos em casa. Mas depois dessa, larguei de mão. Assim como a sociedade cada vez mais tem consciência da necessidade de apoiar as empresas que apresentam um trabalho social ou ambiental sério, também temos que evitar aquelas que desenvolvem e aplicam ações sectárias baseadas em razões, no mínimo, discutíveis.

Convido você a acompanhar o desenrolar dessa história. Ela certamente envolve questões de relações públicas em nível internacional. Pode dar um belo estudo de caso para os próximos semestres!

Um comentário:

  1. olá Ana,

    parabéns pelo premiação no Jogo da Cidadania. O Rodrigo Cogo nos avisou, através do RP Em ação, e eu divulguei a sua premiação no blog.
    Precisa divulgar aqui no seu.
    beijocas

    Marcia

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