segunda-feira, 8 de junho de 2009

A ditadura do corpo-padrão feminino e a revanche masculina

Ao ler o post Pelo destravecamento da fêmea - que não diz nada mais do que a verdade óbvia mas que poucos reconhecem ou assumem - pela primeira vez me passou uma possibilidade pela cabeça. Será que o desaparecimento das formas e texturas femininas originais não é resultado da revanche dos homens?

Explico:

As mulheres estão se independendo cada vez mais, desde quando começaram a usar calças compridas, absorventes higiênicos descartáveis, pílulas anticoncepcionais até o ponto de serem hoje, muitas delas, chefes de muitos homens, e até mesmo - acreditem! - presidentes de empresas. Já não é mais só uma ou duas mulheres que decidem por si mesmas nunca casarem, ou nunca terem filhos, ou ambos. E tantas outras que resolvem ter filhos, mas - absurdo - sem serem casadas ou pelo menos ter uma convivência básica com o progenitor da criança. Elas escolhem sêmem em bancos de sêmen, fazem inseminação artificial, e têm e criam seus filhos sozinhas. Ou, ainda, engravidam propositalmente em algum "sexo casual", jamais comunicam o reprodutor, e vão criar seus filhos sozinhas.

O que os homens podem fazer a respeito? Muito pouco, a não ser influenciar na auto-avaliação e percepção dos próprios corpos pela mulheres. A coisa está em tal ponto que as mulheres se submetem às mais fantásticas práticas estéticas, cirúrgicas ou não, para enquadrarem a sim mesmas nos padrões determinados pelos homens - que nada mais são do que o mercado consumidor. E você sabe, o mercado manda, não pede! E, aos poucos, os homens estão se vingando das mulheres na medida em que elas, ao sucumbirem à tirania das academias e personal trainers, estão moldando seus corpos para uma forma... masculina.

A suprema revanche dos homens é: já que vocês, mulheres, quiseram e conseguiram se equiparar e até mesmo serem melhores do que os homens, então, assumam também um corpo de homem! Seco, musculoso, desconfortável.

Mas não deixa de ser engraçado o rebote dessa revanche... Ao fazer isso, os homens estão, também, passando a se relacionar, sempre, com pseudo-homens (ou serão pseudo-mulheres?)! Talvez chegue o dia em que não terão mais opção: ou relacionam-se com os pseudo-homens que eles mesmos construíram por meio da "influência de mercado", ou relacionam-se com homens "originais", porque as mulheres, como eram nos tempos do aconchego das carnes, não existirão mais.

Será que alguém sai ganhando nessa guerra?

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