sábado, 6 de setembro de 2008

Odisséia de uma transferência de veículo – Epílogo

Voltei no Ciretran 5 dias úteis depois.

Para o funcionário que fica fazendo a triagem de quem chega, expliquei que tinha vindo buscar os documentos de transferência.

- Só um momento.

Procurou entre os documentos que ficam dentro de uma caixinha, em ordem alfabética. Terminou e recomeçou. Não estava achando...

- Vou verificar o que houve. É possível que tenha alguma pendência e ainda não tenha sido liberado.

Foi-se o senhor porta a fora ver não sei onde nem com quem o que havia acontecido que o meu documento não tinha chegado. Algum tempo depois ele voltou.

- É, tem uma multa pendente. – Mostrou-me apontando no papel que tinha acabado de imprimir.

Puxa, eu tinha vasculhado tudo e não tinha encontrado nenhuma multa pendente. Pois era uma multa de velocidade aqui de São Bernardo, mas que constava no Detran do Rio Grande do Sul, porque a placa do carro ainda era de lá.

Vim para casa, entrei no site do Detran-RS e imprimi o documento para pagar a multa. Fui no Unibanco e paguei. Dois dias depois voltei ao Ciretran e a resposta foi a mesma: há uma multa pendente no RS.

Não entendi. Mostrei o documento onde constava o pagamento. Mas, o sistema não havia dado baixa. Parece que houve problema de comunicação do sistema... Volte daqui a dois dias.

Voltei. Continuava a multa bela e formosa constando no sistema.

Fui para casa e telefonei para o Detran-RS. O rapaz que me atendeu, muito cordial, explicou-me que o Unibanco não é autorizado para pagamentos do Detran-RS, que o pagamento deveria ser realizado diretamente no Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) ou Banco do Brasil. E ainda aconselhou-me a conseguir que algum amigo ou familiar fosse pessoalmente na boca do caixa, no Rio Grande do Sul, e que mediante o número da placa realizasse o pagamento. A multa sairia imediatamente do sistema do Detran-RS por estarem interligados.

Agradeci e liguei imediatamente para a minha sogra, que é uma pessoa que está sempre disposta a ajudar. Expliquei a situação e ela foi no dia seguinte pagar a multa. Fiquei monitorando o site do Detran-RS. Na noite do dia do pagamento a multa mudou o status de “pendente” para “liquidada”.

Esperei mais dois dias, para ter certeza de que o sistema do Rio Grande do Sul já teria transmitido a informação para São Paulo e voltei no Ciretran. Lá estavam os documentos, novinhos em folha, com o novo número de placa.

- Agora é só a senhora passar lá na casinha azul e colocar as placas.

Peguei o carro, fiz a volta na rua e fui direto para o emplacamento. Deixei o carro lá, na fila, e corri na “casinha azul” para pegar as placas. Estavam lá, esperando por mim! Que bonitas! Nem acreditei...

Daí foi rápido, apresentei os documentos e entreguei as placas para o funcionário. Ele retirou as antigas e colocou as novas em uns dois minutos.

Saí de lá direto para a concessionária, que fica mais ou menos perto. Estacionei na frente da loja, entrei e fui falar com o vendedor que tinha me atendido vinte dias atrás.

- Pronto! Aqui está o documento de transferência.

- Ah, ótimo. Deixa eu falar com a moça da entrega dos veículos para agendarmos.

Telefonou e falou com ela. Desligou e me disse:

- Só tem horário para segunda-feira de manhã.

- Tá brincando! Hoje é sexta-feira, faz exatamente 27 dias que comprei o carro. Será que não dá para a gente fechar a semana amanhã, sábado e terminar essa novela antes que feche um mês do negócio?

- Vou ter que falar com o gerente para ver se ele autoriza.

Foi-se o vendedor falar com o gerente. Enquanto isso, encostei no balcão e pedi um café, para aliviar a tensão. Quando me virei, vi o gerente vindo na minha direção, conversando com outro cliente. Quando ele me vium veio me cumprimentar. Perguntou se estava tudo bem.

- Quase! Finalmente consegui os documentos de transferência do carro e agora, só tem horário para entregarem o novo na segunda-feira. Sinceramente, eu esperava que pudesse passar o final de semana com o carro novo em casa.

- Ah, mas com certeza!

Virou-se e chamou o vendedor.

- Pode falar lá que eu autorizei a entrega para amanhã.

Fomos, o vendedor e eu, até o setor de entrega, e agendamos para o dia seguinte, às 10h 30 a retirada do carro.

Sábado voltei e finalmente consegui fazer a troca dos carros. Ao final de 28 dias, eu deixava meu querido Fiesta antigo e saía com o Fiesta novo. Agora, quando passar por vocês um Fiesta Hatch begezinho, espiem para ver se não sou eu que vou lá, provavelmente com um sorriso de satisfação no rosto. Afinal, nada como enfrentar e superar as dificuldades para dar valor ao que se consegue, não é?

E lembrem-se: se um dia forem morar em outro estado, vendam o carro antes de ir. É mais fácil e dá menos trabalho!

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