sexta-feira, 31 de outubro de 2008

CAMINHOS E PONTES PARA O DIÁLOGO (1)

Segue a saga de transcrever aqui as matérias da edição da revista Valor Setorial - Comunicação Corporativa

"A transformação da empresa em corporação de âmbito nacional ou transnacional e até mesmo a simples modernização do seu negócio obrigam a uma revisão do papel da comunicação corporativa. Hoje, essa área integra o alto escalão, formulando estratégias de negócios de longo prazo e muitas vezes liderando mudanças de rumo fundamentais, que incorporam ao vocabulário corporativo expressões impensáveis há alguns anos. Sustentabilidade, direitos humanos, justiça social – tudo isso é hoje parte do discurso empresarial Foi a área de comunicação corporativa que operou a transformação, e é ela que tem mostrado os caminhos – e construído as pontes – que possibilitam um diálogo proveitoso pára todas as partes envolvidas no negócio, do cliente à comunidade do ento5rno. As funções precípuas da área, como a construção da marca, tornaram-se processos que passam pelo reconhecimento dos diferentes públicos da empresa e pelo diálogo permanente com eles.
Tudo isso transformou o comunicados em articulador e educador e, nesse contexto, ele tem de abraçar a bandeira da cultura: precisa ser um intelectual, capaz de lidar com o processo que leva da identidade à alteridade – ao outro, ao diferente, define Paulo Nassar, presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Essas novas tendências estão fortemente presentes na atuação dos dez profissionais selecionados para participar da mesa-redonda sobre comunicação corporativa, realizada no início de setembro na sede do Valor. Compuseram a mesa od diretores de comunicação da Araracruz (Luiz Fernando Brandão), CPFL (Augusto Rodrigues) Fiat (Marco Antônio Lage), Natura (Rodolfo Guttilla), Odebrecht (Márcio Polidoro), Petrobras (Eraldo Carneiro) Tetra Pak (Elisa Prado), Unimed (Virgínio Sanches), Vale (Olinta Cardoso Costa) e Votorantim (Malu Weber). “Grandes empresas, como as deles, formam tendências”, afirma Nassar, A seguir, os principais trechos:

VALOR – Quais as principais transformações registradas na área de comunicação dentro das corporações?

ERALDO CARNEIRO - Do final da década de 90 para cá, a função de comunicação dentro da Petrobrás tornou-0se estratégica. Ela tem uma participação efetiva há pelo menos oito anos no fórum estratégico da companhia. Fazemos um planejamento que segue exatamente o do ciclo anula da companhia – participamos com insumos, visões e informações sobre imagem, reputação da empresa e cenários e, a partir do que é estabelecido no planejamento estratégico, revisamos o plano de comunicação. Este ano, dentro da revisão feita em função do pré-sal, nós participamos como coordenadores em três projetos dentro do plano estratégico.

VIRGÍNIO SANCHES – A partir da mudança na estrutura diretiva da Unimed do Brasil, no começo desta década, houve uma modernização de práticas, e a comunicação se tornou um processo de planejamento e de conceituação estratégica do negócio. O desafio obviamente é monstruoso. Acho que evoluímos muito, mas estamos ainda, em termos históricos, numa fase rudimentar do que deve ser a comunicação no sistema Unimed.

MÁRCIO POLIDORO – A comunicação fica na holding do Grupo Odebrecht, cujo trabalho é muito mais de definição de políticas e de macroestratégias do que exatamente de operação do cotidiano dos negócios. O foco do trabalho é a perpetuidade, ou seja, o nosso olhar é sempre para além de 10, 209 anos. Na comunicação, cuidamos basicamente de preservação da cultura, para que ela esteja permanentemente presente no cotidiano das pessoas, em u m processo quase que doutrinatório. Promovemos ainda relacionamentos de caráter estratégico para a organização e apoiamos os negócios.

ELISA PRADO – A Tetra Pak também tem uma visão estratégica da área de comunicação. Como em muitas empresas, o papel principal é o do marketing, mas no conselho de administração está sentada não uma pessoa de marketing, e sim uma pessoa da área de comunicação corporativa – o vice-presidente global ao qual eu me reporto. O planejamento de comunicação é feito a longo prazo: já estamos enxergando o ano de 2012. Nosso trabalho principal envolve a imagem corporativa da empresa. Numa recente reunião de diretoria, fiquei perplexa ao constatar que a área estava inserida em todos os 12 tópicos da agenda."


Fonte: Revista Valor Setorial - Comunicação Corporativa, outubro 2008. Disponível em http://208.96.41.18/valoreconomico/home.aspx?pub=27&edicao=1, acesso em 20 out 2008.

(continua no próximo post)

Um comentário:

  1. Somos da empresa junior de relações públicas da Unesp de Bauru e achamos seu blog muito interessante e estamos o adicionando na lista do nosso blog.
    www.rpjr.blogspot.com dê uma olhada !!!!
    Abraços

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