Você é bom na hora de fazer networking?
8 de Fevereiro de 2008
A palavra é em inglês, mas, como agora estamos em tempos de abrasileirar os termos estrangeiros, podemos simplificar networking para "relações públicas". Conversar, bater papo, ir a festas, passeios, shows, coquetéis e eventos em geral, também é trabalho. E muitas vezes pode ser tão importante quanto as horas passadas na empresa ou em reuniões de negócios. Hoje, não basta ser apenas profissional, é preciso conviver e circular. Fácil, para quem é desinibido, sociável e bom de lábia. Nem tanto para quem é mais tímido ou mesmo para os mais objetivos que gostam resultados imediatos. Há também quem não saiba como se comportar em determinados tipos de situações como coquetéis ou eventos puramente sociais com muita gente circulando.
Calma. Na verdade o mais importante é estar preparado para agir com elegância qualquer que seja a ocasião: um churrasco na casa do seu chefe ou uma vernissage. Como estas reuniões são fundamentais para o profissional que deseja crescer e mostrar o seu trabalho, além dos corredores da empresa é importante lembrar de focar no que realmente interessa. Sem perder a capacidades de divertir-se também, pois ninguém é de ferro.
Básico: é para se divertir, mas não para beber além da conta. Sobriedade é o ponto de partida para o rendimento de qualquer encontro a contento de ambas as partes. Pelo menos no início da conversa evite falar de religião e política. Até conhecer melhor o chão onde está pisando. Comece com comentários sobre fatos do dia, ou mesmo sobre a campanha da seleção.
Se perceber que o assunto profissional não é o tema dominante não insista. Se for o caso, marque um encontro ou avise que você liga para conversarem melhor outra hora. Se for um evento entre políticos não há como fugir do assunto - e, como este é um ano eleitoral é bom deixar clara sua opinião. Mesmo assim vá com calma: seja firme nas suas posições, sem se inflamar demais.
Em noite de autógrafos, mesmo que seja muito íntimo do autor, não tente furar a fila. Também não dá para chegar até ele de mãos abanando. Compre o livro, e não demore na conversa: seja rápido, pois há outros na fila esperando. Você quer se apresentar a alguém que admira há tempos. Ótimo. Apenas, tenha cuidado para não agir como um fã adolescente. Apresente-se, manifeste a sua admiração e, mais uma vez seja rápido, para não ser lembrado como um chato de galocha.
Para aproveitar melhor o seu compromisso, não passe a noite conversando com uma só pessoa: circule e, na medida do possível, participe de mais de um grupo. O quê fazer quando dá um branco total? Qual é mesmo o nome dele? De onde eu conheço? Onde ele trabalha? O jeito é mostrar-se satisfeito pelo encontro, conversar e prestar atenção às deixas que possam indicar quem é a pessoa. Se for o contrário e você perceber que ele não o/a está reconhecendo, apresente-se novamente.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)(Claudia Matarazzo - Jornalista, consultora e palestrante de etiqueta e atual chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo. Autora de " Negócios, negócios - etiqueta faz parte", "Gafe não é Pecado" e "Etiqueta sem frescura". )
Sim, eu sei que muita gente ainda não sabe o que é relações públicas nem o que faz o profissional de RP. Sim, eu sei que tem gente que confunde RP com um monte de outras coisas. Mas, dói ler isso vindo justamente de uma colega de comunicação social, e que, ainda, é chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo. Aliás, cerimonial e protocolo é atividade de Relações Públicas, né gente?
Por essas e por outras, sempre que puderem, indiquem livros e materiais que expliquem o que é e o que fazem as relações públicas. Se for o caso, mandem os links das postagems que fiz aqui no Pró-RP sobre isso: O que NÃO É Relações Públicas e O que É Relações Públicas. Está nas mãos de cada um de nós divulgarmos a nossa profissão e atividade. Se queremos ser compreendidos, reconhecidos e valorizados, nós mesmos temos que lutar por isso e assumir essa missão. Cada um de nós, individual e coletivamente, pró-RP!
Olá, Ana!
ResponderExcluirPois é... eu li a reportagem de nosso colega e senti a mesma indignação que li em suas palavras. Afinal, esperamos que um profissional da área saiba dar a devida definição a profissão, porém, não foi isso que lemos, não é...
Acredito que nossa jornada ainda está longe de terminar, mas creio também que já temo um espaço favorável nas grandes corporações, que enxergam o valor intangivel de sua imagem e a importancia de sua manuntenção.
Beijos,
Edu
Também li e me indignei com o artigo, caros Ana e Eduardo. Considero um verdadeiro absurdo alguém falar (pior, escrever) sobre o que realmente não conhece. É a lógica do "achismo", você acha que sabe sobre aquilo e acaba falando besteiras.
ResponderExcluirA autora fala que "podemos simplificar networking para "relações públicas". Que ridículo!
Pior é quando diz que é "fácil, para quem é desinibido, sociável e bom de lábia". Bom de lábia? Isto é um desrespeito a todos nós profissionais.
Mas isso não é nada, como diz a autora do texto: "Calma. Na verdade o mais importante é estar preparado para agir com elegância qualquer que seja a ocasião".
Realmente a autora foi muito "elegante" ao escrever este texto, mas, muito infeliz ao publicá-lo.
Um abraço a todos!
http://gecorp.blogspot.com
Justamente, amigos. Talvez fique aqui, entre outras coisas, uma lição: é fundamental nos embasarmos sobre um assunto para falar sobre ele, especialmente de maneira tão ampla como quando publica-se num veículo de imprensa nossas impressões.
ResponderExcluirCertamente fazer networking é importante em todas as áreas, mas fazer networking não é fazer ou ser relações públicas. E, sim, desenvolver uma rede de relacionamentos sociais e profissionais é muito mais fácil para quem é desinibido e sociável, mas "ser bom de lábia" tem um sentido altamente pejorativo, levando a pensar que há um quê de desonestidade ou falsidade na fala. E de desonestidade e falsidade, hipocrisia e interesses escusos estamos cansados.
Relações Pùblicas baseia-se na transparência das informações, na reputação ilibada, na atenção às necessidades e expectativas dos públicos de maneira a promover um relacionamento equilibrado e harmonioso entre eles e as organizações, garantindo satisfação mútua.
Com nosso esforço e trabalho - muitas vezes invisível aos olhos alheios - estamos fazendo uma sociedade e um mundo melhor para vivermos, com respeito e consideração pelo ser humano.